A Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) registrou em 2024 um total de 64 casos notificados de Doença de Chagas, dos quais cinco foram confirmados: três na comunidade Jacamim, um no bairro Caranazal e um em Lago Grande. A principal forma de transmissão identificada foi a ingestão de açaí contaminado.
Para combater o problema, a Vigilância Sanitária intensificou a fiscalização nos pontos de venda e promoveu cursos de capacitação para os manipuladores de açaí. Além disso, a equipe da SEMSA realizou visitas a áreas endêmicas onde foram identificados focos do barbeiro, oferecendo capacitações sobre prevenção da doença por meio do projeto IEC (Informação, Educação e Comunicação) e da vigilância epidemiológica.
Em 2025, até o momento, nenhum caso foi notificado.
A Semsa segue reforçando a conscientização da população por meio de palestras educativas em regiões de maior risco. Essa programação, que se estenderá até maio, tem como objetivo informar sobre os sintomas, a transmissão e as formas de prevenção da Doença de Chagas.
Uma dessas iniciativas aconteceu na Escola Municipal Santo Antônio, localizada na comunidade Jacamim, região do Curuá-Una, onde foram registrados três casos da doença no ano passado. Durante o evento, foram distribuídos materiais educativos em formato de histórias em quadrinhos, permitindo que os estudantes aprendessem de maneira lúdica sobre o tema.
A enfermeira e coordenadora do IEC, Tayanne Matos, destacou a importância da educação na prevenção da doença: "A prevenção é o melhor remédio. Informar os adolescentes é essencial, pois eles levam esse conhecimento para suas famílias, ampliando a conscientização. Essas palestras são fundamentais para reduzir a incidência da doença, especialmente em áreas de maior risco. Além disso, reforçamos a importância de identificar os sintomas precocemente e buscar atendimento médico imediato para evitar complicações."
A Doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo barbeiro, um inseto que se alimenta de sangue. A doença pode permanecer assintomática por anos, mas, se não tratada, pode evoluir para complicações graves, afetando o coração e o sistema digestivo.
A transmissão ocorre de diversas formas:
Contato com as fezes do barbeiro: O inseto pode eliminar o parasita ao picar a pessoa, que, ao coçar a região, facilita a entrada do Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea.
Ingestão de alimentos contaminados: Produtos como açaí e caldo de cana podem transmitir a doença caso sejam processados de forma inadequada.
Transmissão vertical: A doença pode ser passada de mãe para filho durante a gestação ou o parto.
Transfusão de sangue e transplante de órgãos: Se o doador estiver infectado.
Acidentes laboratoriais: Ocorrem quando profissionais de saúde ou moradores entram em contato com fezes ou secreções do barbeiro sem proteção adequada.
A Semsa segue trabalhando para reduzir os casos da doença e garantir maior segurança para a população, reforçando a importância da fiscalização e da educação sanitária nas comunidades afetadas.